O impacto do trabalho freelancer nas mulheres





Pesquisando pela internet achei uma entrevista muito interessante publicada pela revista Você S/A,  onde Luiz Cuschnir, psiquiatra e psicoterapeuta é entrevistado. Ele  aborda temas e queixas exclusiva de nos mulheres que trabalham em casa e mostra como é possível conciliar as demandas inconstantes da vida freela com as demandas constantes da vida pessoal. Vale a pena conferir!

Você S/A: É possível ajudar essa mulher a criar uma rotina? Como se preparar e se organizar para viver de um trabalho que não é fixo e não tem horário fixo?


Luiz Cuschnir: Primeiro aproveitar essa liberdade que é o que toda mulher que esta presa a uma corporação, nine to five ou seven to nine todos os dias...sufoco total. Não adianta quere separar o trabalho do dia-a-dia, pois justamente este formato é para integrá-los. Pessoas muito rígidas não conseguem. Mães precisam aceitar que vão interpor trabalho no horário que esperam as crianças da escola, que nas férias haverá o que fazer, que muitas vezes precisarão do banheiro como refúgio para responder algo no meio do encontro amoroso.




Você S/A: Uma queixa constante das mulheres que são freelancers e trabalham em casa é como dar limites para os filhos que querem a atenção da mãe já que ela esta em casa o dia todo?


Luiz Cuschnir: Além de deixar claro que não estão totalmente disponíveis, terão que trabalhar a culpa de não fazê-lo além de não se incomodar com as críticas ferozes da sogra, amigas etc. O treino de filhos para brincarem sozinhos, principalmente os primogênitos, é vital se não houver uma pessoa adulta para fazê-lo. Ter espaços "profissionais" como um escritório ou acostumar-se a fechar a porta para trabalhar, pode deixar mais claro o limite. Até fazer brincadeiras como placas penduradas, podem surtir algum efeito, além de manter o aviso constante mesmo para outros adultos que circulam na casa. É claro que será mais fácil se estiver trabalhando na rua, pois não escutará o choro ou as brigas dos filhos mas a tentativa será válida de criar um certo "invólucro emocional", se treinar em não querer estar educando o tempo todo, assim se manterá distante mesmo que presente fisicamente.




Você S/A: Como se preparar psicologicamente para uma vida financeira inconstante, já que existem momentos em que a pessoa está cheia de demandas e outras que não surge trabalho nenhum?


Luiz Cuschnir: Se controlar ao máximo, guardando mesmo que não precise. Se não conseguir, fazer poupanças, previdência privada ou ter alguém que seja o seu controller. Um parente ou um amigo pode ficar com este papel, que dará sumiço com o dinheiro ou será um consultor/controlador de plantão.



Você S/A: Como aprender a dizer não para um trabalho? Como a demanda é inconstante a pessoa termina aceitando todas as propostas de trabalho que surgem com medo dos tempos de vacas magras, a ponto de não ter mais tempo para a vida pessoal.

Luiz Cuschnir: Agüentar fases que vai trabalhar bastante, bem mais do que o bom senso permite, precisa de auto-disciplina. Em fases que há muito trabalho, se permitir gastar em mordomias (férias, grandes comemorações, encontros amorosos significativos, se permitir gastar mais em viagem mesmo que poderia viajar por menos em outras épocas), são possibilidades de "carregar a bateria" com um combustível mais concentrado. Isso vale também para descanso e para re atar as relações afetivas comprometidas por esse excesso de trabalho. Importante: avisar, deixar claro, pedir desculpas para os "abandonados", é sempre de bom tom, para cultivar o relacionamento carente.




Você S/A: Porque ela trabalha em casa, pegar as crianças numa situação inesperada, levar na escola ou na festinha, ir ao supermercado, pagar as contar, são sempre tarefas que sobram para ela. Como dividir as tarefas domésticas com o marido? Como fazer para que o marido e as outras pessoas as sua volta respeitem o seu trabalho?


Luiz Cuschnir: Aí estamos num campo difícil pois demanda várias artes concomitantemente: eficiência, inteligência, bom humor, um pouco de dramaticidade, pode de negociação e sorte de ter casado com o homem maduro e respeitoso. Toda mulher que trabalha precisa ter vários planos "B" já internalizados e alguns com funcionamento quase que paralelo constantemente. É difícil, mas dá também a segurança de que alguém vai segurar a peteca para não cair quando ela estive impossibilitada. A questão com o marido é um tema que precisa ser organizado, mas também instalado independentemente de estar em funcionamento constante. Ele deve estar preparado para fazer essas coisas, treinado e colocado em função, mesmo que não necessariamente precise dele. A esposa que acostuma o marido a ajudá-la, ela está ensinando e relembrando a todo momento isso e é importante pois o envolve com os filhos. Somente deixar para situações ocasionais não é uma boas, pois o afasta desse envolvimento. Isso precisa de um afastamento dessa mulher que quer ser super mãe, o que muitas vezes não é facilmente tolerado por algumas mães.




Quem escreve?
Erika YanggErika Yangg (@erikayangg) é freela em tempo integral, trabalha com design e arte- ilustração há 6 anos. Nas horas vagas estuda Artes Plásticas/UEMG e criou o Mulheres Freela. - "Arte, poesia e amor me inspiram".

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